domingo, 18 de julho de 2010

Sem Rumo















ENCRUZILHADAS


Decerto que a vida nos conduz a encruzilhadas.
Caminhos que nos cercam,
Desequilíbrios e alegrias a espera de uma decisão.
Atônitos e sem resposta nos calamos,
Perante tudo que surge diante de nós.
A vida para, e os desejos deixam de pulsar,
Coagulando a seiva vital que escorre
Para o érebo lúgubre de nosso silêncio.
O odor acre de nossa inércia,
Anuncia a morte cerebral.
Então nada se produz ou nasce,
Nesse infecundo ser.
Os sonhos não iluminam mais,
E o enoitecer sobre nossas almas,
Despertam pássaros noctívolos,
Com seus horripilantes grasnidos.
Saciam-se das vísceras de uma esperança morta.
Quantas mortes ainda teremos que suportar?
Os invólucros abandonados pelo caminho,
Levantarão ao soar dos sinos no campanário.
Fatícanos do último apocalipse.
O azorrague estala sobre nossas cabeças.
A multidão tem que caminhar,
Pois o destino é caminho longo e sinuoso.
Minha alma cansada não agüenta mais.

CARLOS MEDEIROS

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