sábado, 27 de novembro de 2010

Vítima Civil
















ALVORADA NO MORRO



Amanhece o dia em alguma favela,
O Rio de Janeiro desperta.
E em um breve momento
Alguém se aproxima da janela.
Voltando os olhos ao céu,
Pintado ainda pelo vermelho
De um esperado alvorecer,
Que finda a noite de medo.
Uma oração se ouve baixinho:
Pai, mais um dia inicia
E devo deixar o lar,
Seguir em frente,
Preciso ir trabalhar.
A guerra explodiu lá fora,
As armas cospem sua intolerância.
Anunciam que é chegada a hora,
Do domínio do medo e da violência.
A nossa paz a muito foi embora.
Por isso te peço proteção,
Cuida do meu caminhar.
Aquieta meu coração,
Não me deixa tombar.
Pois ao lar eu quero tornar,
Meus filhos abraçar,
Minha mulher beijar.
Pai, por favor, nos proteja,
Para que o sangue que pinta o céu,
Não seja o meu.
Amém.

CARLOS MEDEIROS

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