sexta-feira, 3 de maio de 2013

Sangue Sertanejo



















LAMENTOS URBANOS

O barulho na janela pela manhã,
o perfume que levanta-se da terra.
Me faz lembrar do cuzcuz quente,
derretendo a manteiga fresca.
A tapioca recheada com queijo coalho.
O café fumegando do coador para a cafeteira.
O calor do fogão a lenha  aquecendo como o sol,
essa linda manhã de chuva.
É assim que eu me lembro das manhãs de inverno,
no sertão da casa de meus pais.
Hoje nesta grande cidade,
a chuva escorre pelo meu rosto
e a saudade transborda em meu coração.
Na minha janela não canta o sabiá,
só o ruído estressante da metrópole apressada,
que nos arranca o sonho de um passado distante.
Quero a asa-branca alçando vôos em minhas asas ligeiras.
Quero a flor altiva do mandacarú,
que fulora nas renovadas terras do meu Ceará.
Quero a alegria do forró e a melodia dos sorrisos,
que pintam as paisagens abençoadas por São José.
Quero o meu interior festivo resplandecendo em luz.
Quero voltar para o sorriso doce de minha mãe.
Quero o abraço forte no peito de meu pai.
Quero a brincadeira moleque e inocente junto a meus irmãos.
Quero o silêncio da noite, 
faiscando de estrelas a  minha imaginação.
Quero minha meninice alegre de volta.
Quero simplesmente minha felicidade,
que eu esquecí numa manhã de sol,

CARLOS MEDEIROS

Um comentário:

  1. Você é um ser maravilhoso e sábio, seus poemas retratam os sentimentos de cada um,por um momento nos leva a pensar, refletir e sentir novas sensações,de paz e de medo da realidade, mas, ao mesmo tempo nos encoraja a ver a realidade de cada dia como um desafio superável. um grande abraço amigo..

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